quarta-feira, 10 de junho de 2009

CRIAR MUNDOS - 53ª BIENAL DE VENEZA (ITÁLIA)

A mais longa, antiga, tradicional e famosa exposição de artes plásticas do mundo, a 53ª Bienal de Arte de Veneza, foi aberta ao público no domingo passado (07/06/09) e fica em cartaz até 22/11/09 com o título/tema "Criar mundos". Foram entregues o prêmio Leão de Ouro para Yoko Ono (escolhida para a honraria por suas criações de raiz conceitual e não por ser viúva do ex-Beatle John Lennon) e para o artista americano John Baldessari. Considerado um dos eventos mais importantes do calendário das artes visuais.
Traz, alguns artista brasileiros: Lygia Pape (1927 -2004; com uma exposição póstuma), Cildo Meireles e Renata Lucas.
Lygia Pape:

"Ttéia" - Uma instalação feita com fios de ouro iluminados por spots presos ao teto é a primeira imagem que os visitantes desta Bienal encontram ao chegar ao local.

O quadrado (outra obra da artista)

Cildo Meireles:
Expõe obra inédita chamada "Pling Pling" (não tenho imagem). Seu espaço na Bienal, tem seis salas - cada uma pintada de uma cor diferente: lilás, verde, azul, amarelo, vermelho e laranja - com a transmissão em uma tela a gravação ao vivo de outra sala, com sua cor complementar.

Através

Meireles, é considerado como um dos criadores brasileiro que mais contribuíram para o desenvolvimento internacional da chamada arte conceitual.

Renata Lucas:
Criou uma obra especial para esse evento, uma estrada numa cidade sem asfalto, que é Veneza. E para poder realizar sua obra, precisou esperar autorizações, já que quase toda a cidade tem regras rígidas de preservação, e a artista queria construir sua estrada numa área histórica (não tenho a imagem, segue abaixo outras obras da artista).





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"Foi esse espírito rebelde da vanguarda brasileira nos anos 50 e 60 que a possibilitou penetrar a fundo as idéias de abstração européia sem qualquer cerimônia exageradamente respeitosa ou sentimento de inferioridade. Era possível, portanto, para estes artistas visar o universal, até o cósmico, estando ao mesmo tempo imersos no local e no particular. Eles conseguiram escapar à sorte típica dos artistas do "terceiro mundo": a de fornecer à metrópole imagens de escape exótico. Em vez disso, valiam-se da realidade brasileira para tentar resolver alguns dos dilemas contemporâneos mais profundos. (...) Não se pode encaixar o trabalho desses artistas no esquema da arte do pós-guerra como se ele fosse uma variação local de movimentos centrados na Europa ou na América do Norte. A fusão particular que eles realizaram, à medida que se tornar mais conhecida, deve mudar os princípios básicos de interpretação daquela história. No processo, o elo entre os artistas brasileiros e certos artistas do ocidente - especialmente em torno das inovações da "participação do espectador"- também se tornará claro."