domingo, 9 de agosto de 2009

CENTRO DE IDENTIDADE CULTURAL DO SALVADOR - BAHIA / BRASIL

· Autor da idéia e Projeto de Arquitetura: arquiteto Assis Reis;
· Colaboradores: arquitetos Márcia Reis, Pedro Nery, José Huapaya & Maurício Lins;
· Local: área remanescente do arruinamento de edificações anteriormente existentes, e separadas da Praça Castro pela Ladeira da Montanha, na cidade do Salvador-Bahia;
· Área edificada: 11.500 m²;
· Data: projeto revisado em 2007.

Traço de uma visão panorâmica do projeto

Planta de Situação

Fotomontagem do Centro de Identidade Cultural do Salvador


Planta da praça-plataforma


Planta do espaço horizontal da torre


Planta do 1° subsolo


Planta do 2° subsolo


Planta do 3° subsolo

A proposta do Pavilhão Brasileiro para a Expo 70, como se fosse o novo Centro de Identidade Cultural da Cidade do Salvador, não foi construído, então o conteúdo do programa, a finalidade e o compromisso simbólico são componentes da mesma origem e razão de ser do Centro de Identidade Cultural. Projeto atraído pela extensa área livre remanescente de construções arruinadas, convida, como local, ao processo de implantação de todo o programa estudado para a nova edificação pretendida. Separado pela Ladeira da Montanha, e articulado pela passagem de nível com a Praça Castro Alves, o sítio se estende e forma um comprido patamar que deflete, à esquerda, duas rampas articuladas ao piso da nova praça. Entre elas, uma larga faixa mergulha em rampa e faz contato com a recepção da entrada do Centro de Identidade Cultural no segundo pavimento em subsolo. O nível da nova praça, voltada para o céu, será um espaço destinado às manifestações populares, que se alternarão apresentando diversas mostragens – como as filarmônicas dos municípios, arena para apresentações, pódio para as contestações populares, área de apresentação de capoeira, exposição de artesanatos populares –, apoiadas por um restaurante que se agarra ao pequeno volume da Administração – localizada no extremo da praça, junto à entrada de veículos, pela Rua Carlos Gomes, que conduz aos estacionamentos internos, juntamente com a demanda de todos os serviços necessários à funcionalidade e proteção do Centro. Sobre esta praça-plataforma, uma torre simbólica referenciada às carrancas de proa das embarcações do Rio São Francisco – para espantar entidades pluviais legendárias –, ou então – o que mais gosto – ao símbolo urbano da cidade, o Elevador Lacerda, com extrema força social, articulando as duas Cidades, a Alta e a Baixa. Esta torre contém dois espaços – vertical e horizontal – conectados por dois elevadores e escada que ascendem pelo espaço vertical, intervalado por rápidas projeções sobre o cotidiano do 'Salvador de Ontem'. Alcançado, o espaço horizontal precipitado do ápice do cone, é destinado ao mirante e a exposições sobre o cotidiano do 'Salvador de Hoje'.
Abaixo da praça-plataforma, estão os pavimentos em subsolos, contendo todo o programa do Centro de Identidade.

Maquetes do Centro de Identidade Cultural do Salvador
O primeiro subsolo é destinado à pesquisa e contém o auditório, lanchonete, biblioteca e arquivos, entre outros. O segundo subsolo é destinado a exposições sobre a cultura baiana, ainda destacando-se os modelos reduzidos da Cidade e do Recôncavo Baiano, salas destinadas a personagens ilustres do Salvador – com suas oratórias –, e exposições de artesanato do Recôncavo. No final do segmento da passagem de nível, dois elevadores e escadas descendentes articulam o largo, embaixo, onde se encontram a estação do bondinho e serviços de conforto, miradouro à Baia de Todos os Santos, praça de estacionamento e manobras dos veículos para o embarque e desembarque do almoxarifado, e serviços gerais, tudo articulado com o espaço de extensão das bocas de saída e entrada das ladeiras, Montanha e Conceição, respectivamente. Todo o conjunto dessa obra, com o charriot ou plano inclinado, articula o Centro à Cidade Baixa. Este trabalho, pelo ineditismo e valores intrínsecos, lúdicos ou imaginários, às vezes nômades, representa a melhor página das minhas concepções.

Corte longitudinal


Corte transversal.